sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Deus carente?


Algumas pessoas consideram Deus como uma figura carente. Carente por atenção, por amor, um ser “mimado” e autoritário, que quer que sejamos submissos à vontade dEle. Mas isso não é verdade. Deus gosta de ser amado? Claro que sim, afinal, quem não gosta? Ser amado é algo bom. E Deus quer ser amado, tanto quanto Ele mesmo nos ama. Mas se é assim, por que Deus não se mostra ao mundo? Se Ele quer tanto que as pessoas o reconheçam e o amem, por que Ele não se revela? A Bíblia diz que antes da queda do homem, Deus falava cara a cara com Adão e Eva. Mas quando eles pecaram, eis o que aconteceu:
“Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.
E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?
Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi” Gênesis 3:8-10.
Quando somos crianças e fazemos alguma coisa errada, qual a nossa atitude? Nossos pais nos perguntam o que fizemos, e ficamos sem jeito, com vergonha, queremos esconder o rosto e o nosso erro. É isso o que o pecado faz, nos faz não querermos estar próximos de Deus, nos faz escondermo-nos de Sua presença. O pecado nos afasta de Deus, e depois que o homem pecou, nunca mais Deus nos falou cara a cara. Há na Bíblia registrado vezes em que Deus falou com homens, mas isso não foi para que esses homens cressem em Sua existência. Não é dessa forma que Deus se revela ao homem, depois do pecado.
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” Salmos 19:1.
“...o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato” Romanos 1:19-21.
É através de Suas obras, Sua criação, que Deus se revela, por mais que o homem se esforce em negar isso. Mas não só isso, há algo mais que revela a Deus. A Sua Palavra, tanto a escrita, que foi revelada aos profetas e que se encontra na Bíblia, quanto a Sua Palavra viva. Mas o que é esta Palavra viva?
“Antes de ser criado o mundo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. [...] A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. [...] Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus” João 1:1, 14, 18.
A Palavra viva é Jesus Cristo. E a Palavra, tanto a viva como a escrita, é uma só. E é pela Palavra da vida e pela Sua criação que Deus se revela aos homens. E a Palavra é verdadeira, como nos assegurou o próprio Jesus. A Bíblia é sim digna de confiança, e seus textos devem ser tratados como o são, não como metáforas ou ilustrações bem feitas. Muitos que professam ser cristãos duvidam da história do Gênesis. Acham que a criação pode não ter sido daquela forma como lá está escrita, que a semana em que ela ocorreu não foi uma semana literal. Tentam conciliar sua fé com teorias inventadas pelos homens para tentar explicar a origem da vida sem a existência de Deus. Mas não percebem o erro que cometem. Pois é justamente por não citar a Deus que muitos creem nas teorias que aí estão. Se Deus não me criou, se o homem não cometeu o pecado inicial e com isso caiu em desgraça, por que eu preciso de Deus? O pecado causa a separação de Deus do homem, e o pecado fez o homem criar teorias que tentam anular a existência de Deus. Eu não preciso de Deus, muitos dizem. Talvez muitos o digam porque não querem um Deus. A consciência constante de que há um Deus que tudo sabe vigiando os seus passos é agoniante para o pecador. Nossa consciência não ficaria livre para fazermos o que queremos, nos entregarmos a nossos vícios e prazeres. Talvez esse seja o motivo porque tantas pessoas alimentam essa idéia de não-existência de Deus. Não querem largar suas vidas, as diversões, os prazeres, os hábitos, mesmo sabendo que essas coisas lhes causam mal. Sem um Deus para nos vigiar, ficamos livres para fazer qualquer coisa que queiramos. Mas nada disso adianta. Deus não deixará de existir por causa disso. Acham Deus uma figura careta e com complexo de superioridade, que quer que nos humilhemos perante Ele para exaltar Sua superioridade. Mas o que é o homem, senão um ser limitado e pequeno? Somos os seres dominantes desse planeta, e por isso nos achamos no direito de reclamar a sua propriedade. Acabamos com nossa Terra, acabamos com nós mesmos, mas nem por isso reconhecemos que estamos errados. E pagaremos muito caro por isso, existindo Deus ou não. Temos que nos humilhar sim, no sentido de sermos humildes e admitirmos nossa real situação. Deus não quer que digamos que somos sem valor, ora, pois se somos sem valor, por que então Ele se fez humano, sofreu e morreu por nós?
Deus não é um ser autoritário que quer ser reconhecido por nós sem nos dar chance de o conhecermos. Cada um sabe, no seu íntimo, se quer realmente conhecer a Deus ou não. Ele julgará a cada um de acordo com a luz que recebeu. Mas a luz rejeitada, essa não será perdoada. Se esperam que Deus apareça em sua frente, provavelmente será tarde demais já. Ficar esperando Deus de nada adiantará, temos nós que busca-Lo, e Ele não está longe. Deus não precisa de nós. Ele quer a nós, mas não nos forçará a querê-Lo. Nós sim precisamos de Deus. E pobre da alma que se recusa a ver isso, que não vê a sua necessidade de Deus... Nós vemos as consequências da ausência de Deus todos os dias, mas recusamos persistentemente. Deus insiste para conosco. Fala-nos através das formas em que Ele se revela e através daqueles que já o receberam. Mas essa insistência não será para sempre. Todos nós temos um tempo para aceitarmos a Sua graça, e um dia, a porta da graça se fechará definitivamente. Quem não tiver aceito, terá escolhido seu destino. E não terá sido por falta de aviso.

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