Algumas
pessoas consideram Deus como uma figura carente. Carente por atenção,
por amor, um ser “mimado” e autoritário, que quer que
sejamos submissos à vontade dEle. Mas isso não é
verdade. Deus gosta de ser amado? Claro que sim, afinal, quem não
gosta? Ser amado é algo bom. E Deus quer ser amado, tanto
quanto Ele mesmo nos ama. Mas se é assim, por que Deus não
se mostra ao mundo? Se Ele quer tanto que as pessoas o reconheçam
e o amem, por que Ele não se revela? A Bíblia diz que
antes da queda do homem, Deus falava cara a cara com Adão e
Eva. Mas quando eles pecaram, eis o que aconteceu:
“Quando
ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração
do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e
sua mulher, por entre as árvores do jardim.
E
chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?
Ele
respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo,
e me escondi” Gênesis 3:8-10.
Quando
somos crianças e fazemos alguma coisa errada, qual a nossa
atitude? Nossos pais nos perguntam o que fizemos, e ficamos sem
jeito, com vergonha, queremos esconder o rosto e o nosso erro. É
isso o que o pecado faz, nos faz não querermos estar próximos
de Deus, nos faz escondermo-nos de Sua presença. O pecado nos
afasta de Deus, e depois que o homem pecou, nunca mais Deus nos falou
cara a cara. Há na Bíblia registrado vezes em que Deus
falou com homens, mas isso não foi para que esses homens
cressem em Sua existência. Não é dessa forma que
Deus se revela ao homem, depois do pecado.
“Os
céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia
as obras das suas mãos” Salmos 19:1.
“...o
que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque
Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus,
assim o seu eterno poder, como também a sua própria
divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do
mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais
homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo
conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe
deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios
raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração
insensato” Romanos 1:19-21.
É
através de Suas obras, Sua criação, que Deus se
revela, por mais que o homem se esforce em negar isso. Mas não
só isso, há algo mais que revela a Deus. A Sua Palavra,
tanto a escrita, que foi revelada aos profetas e que se encontra na
Bíblia, quanto a Sua Palavra viva. Mas o que é esta
Palavra viva?
“Antes
de ser criado o mundo, aquele que é a Palavra já
existia. Ele estava com Deus e era Deus. [...] A Palavra se tornou um
ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E
nós vimos a revelação da sua natureza divina,
natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. [...]
Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é
Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é
Deus” João 1:1, 14, 18.
A
Palavra viva é Jesus Cristo. E a Palavra, tanto a viva como a
escrita, é uma só. E é pela Palavra da vida e
pela Sua criação que Deus se revela aos homens. E a
Palavra é verdadeira, como nos assegurou o próprio
Jesus. A Bíblia é sim digna de confiança, e seus
textos devem ser tratados como o são, não como
metáforas ou ilustrações bem feitas. Muitos que
professam ser cristãos duvidam da história do Gênesis.
Acham que a criação pode não ter sido daquela
forma como lá está escrita, que a semana em que ela
ocorreu não foi uma semana literal. Tentam conciliar sua fé
com teorias inventadas pelos homens para tentar explicar a origem da
vida sem a existência de Deus. Mas não percebem o erro
que cometem. Pois é justamente por não citar a Deus que
muitos creem nas teorias que aí estão. Se Deus não
me criou, se o homem não cometeu o pecado inicial e com isso
caiu em desgraça, por que eu preciso de Deus? O pecado causa a
separação de Deus do homem, e o pecado fez o homem
criar teorias que tentam anular a existência de Deus. Eu não
preciso de Deus, muitos dizem. Talvez muitos o digam porque não
querem um Deus. A consciência constante de que há um
Deus que tudo sabe vigiando os seus passos é agoniante para o
pecador. Nossa consciência não ficaria livre para
fazermos o que queremos, nos entregarmos a nossos vícios e
prazeres. Talvez esse seja o motivo porque tantas pessoas alimentam
essa idéia de não-existência de Deus. Não
querem largar suas vidas, as diversões, os prazeres, os
hábitos, mesmo sabendo que essas coisas lhes causam mal. Sem
um Deus para nos vigiar, ficamos livres para fazer qualquer coisa que
queiramos. Mas nada disso adianta. Deus não deixará de
existir por causa disso. Acham Deus uma figura careta e com complexo
de superioridade, que quer que nos humilhemos perante Ele para
exaltar Sua superioridade. Mas o que é o homem, senão
um ser limitado e pequeno? Somos os seres dominantes desse planeta, e
por isso nos achamos no direito de reclamar a sua propriedade.
Acabamos com nossa Terra, acabamos com nós mesmos, mas nem por
isso reconhecemos que estamos errados. E pagaremos muito caro por
isso, existindo Deus ou não. Temos que nos humilhar sim, no
sentido de sermos humildes e admitirmos nossa real situação.
Deus não quer que digamos que somos sem valor, ora, pois se
somos sem valor, por que então Ele se fez humano, sofreu e
morreu por nós?
Deus
não é um ser autoritário que quer ser
reconhecido por nós sem nos dar chance de o conhecermos. Cada
um sabe, no seu íntimo, se quer realmente conhecer a Deus ou
não. Ele julgará a cada um de acordo com a luz que
recebeu. Mas a luz rejeitada, essa não será perdoada.
Se esperam que Deus apareça em sua frente, provavelmente será
tarde demais já. Ficar esperando Deus de nada adiantará,
temos nós que busca-Lo, e Ele não está longe.
Deus não precisa de nós. Ele quer a nós, mas não
nos forçará a querê-Lo. Nós sim precisamos
de Deus. E pobre da alma que se recusa a ver isso, que não vê
a sua necessidade de Deus... Nós vemos as consequências
da ausência de Deus todos os dias, mas recusamos
persistentemente. Deus insiste para conosco. Fala-nos através
das formas em que Ele se revela e através daqueles que já
o receberam. Mas essa insistência não será para
sempre. Todos nós temos um tempo para aceitarmos a Sua graça,
e um dia, a porta da graça se fechará definitivamente.
Quem não tiver aceito, terá escolhido seu destino. E
não terá sido por falta de aviso.
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